Acordar
Lavar
Enxugar
Pentear
Prender
Vestir
Calçar
Colocar
Maquiar
Sorrir
Tomar
Comer
Limpar
Guardar
Pegar
Abrir
Sair
Fechar
Trancar
Guardar
Andar
Pegar
Entrar
Pagar
Sentar
Esperar
Ouvir
Cochilar
Descer
Entrar
Sorrir
Cumprimentar
Falar
Conversar
Dizer
Rir
Estranhar
Ensinar
Assinar
Despedir
Sair
Andar
Suspirar
Suar
Pegar
Entrar
Pagar
Sentar
Esperar
Ouvir
Cochilar
Descer
Andar
Suar
Cansar
Suspirar
Estalar
Coçar
Arrumar
Andar
Chegar
Destrancar
Entrar
Fechar
Trancar
Guardar
Soltar
Jogar
Tirar
Tomar
Lavar
Enxugar
Vestir
Comer
Assistir
Rir
Chorar
Bocejar
Ir
Dormir
Sonhar.
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Monday, October 28, 2013
Thursday, September 05, 2013
Algum dia desses...
Um dia, ela vai segurar a mão dele e,
juntos, vão andar ao redor da praça arborizada. Um dia, ela vai se colocar na
ponta dos pés para alcançar a boca dele. Um dia, ele vai chegar,
silenciosamente, e a abraçará de surpresa. Um dia, ele vai segurar a porta para
ela e acompanhá-la um passo atrás através do recinto. Um dia, ela vai colocar
um roupa mais arrumada só porque sairá com ele. Um dia, ele vai achá-la linda
porque saberá que ela se arrumou para ele. Um dia, ela vai escutar uma música
que fala sobre amor e a primeira coisa que pensará é nele. Um dia, ele vai
acabar gostando de todas as coisas melosas que uma mulher apaixonada pode
fazer. Um dia, ela vai dizer que gosta dele e ele dirá que já sabia. Um dia,
ele vai adorar quando ela se declarar para ele. Um dia, ele vai decidir que não
tem problema dizer seus sentimentos para ela. Um dia, ele vai querer conhecer a
família dela, especialmente a mãe. Um dia, ela vai rir do receio dele quanto à
visita. Um dia, ela vai pedir para ele dançar com ela e, mesmo não sabendo e
nem gostando, ele dançará porque é ela quem está pedindo. Um dia, ela vai
desistir de tentar fazê-lo dançar. Um dia, ele vai surpreender ao mostrar que aprendeu
alguns passos daquela música que ela adora. Um dia, eles vão estar por demais
apaixonados e terão decisões a tomar. Um dia, ela vai casar com ele. Um dia,
ele vai ser o homem mais feliz da Terra. Um dia, ela vai conhecer ele.
Sunday, May 12, 2013
Ele e ela.
Sua missão era entreter as pessoas da platéia de forma conjunta com seus companheiros. Fantasiada de alguma dessas figuras parcialmente esquecidas do folclore da cidade, ela corria na direção da arquibancada e assustava as crianças enquanto arrancava gargalhadas dos adultos.
Oh, era uma sensação maravilhosa festejar junto com todas aquelas pessoas.
O que estavam festejando? Não sabia. Ou sabia, mas não se lembrava. De qualquer forma, não era importante no momento. Sua meta era continuar a saltitar pelo descampado e fazer parte de alguma coisa.
Ao comando de voz do instrutor, em um súbito movimento bem coreografado, todos os fantasiados correram em uma só direção. Correu, pulou, gargalhou e se embrenhou entre as pessoas. Até onde ele estava. Ainda rindo, colocou-se nas pontas dos pés e acariciou o rosto dele com o seu próprio, sendo o único toque dentre eles. Não queria mais fazer parte de um todo. Já não precisava da fantasia e acompanhar o restante das pessoas. Queria ficar ali, ao lado dele.
No próximo comando, ele segurou a mão dela. Ele também não queria que ela continuasse. Completos, não se afastaram jamais.
Wednesday, April 24, 2013
Crescer.
Ela subitamente hesitou em seus passos. Encarou o caminho à sua frente, reto, liso, claro e natural. À sua esquerda havia outro, porém. Este era cheio de ondulações, curvas e mais longo. Olhando atentamente, nossa personagem notava que ambos desembocavam no mesmo destino.
Qual a diferença, então?
Espiou por sobre o ombro para ter certeza de que a urgência que sentia em ter de escolher um dos dois caminhos não era feita pela pressão de um muro de concreto às suas costas. Não era. Ela sabia que não era. Essa sensação claustrofóbica era produzida pelo tempo. Pela passagem do tempo, melhor dizendo.
Nossa amiga, leitor, não sabia quando aquilo começara. Talvez quando ingressara na universidade. Ou quando completou 18 anos. Não. Começou, realmente, quando se inscrevera para o vestibular. A responsabilidade de escolher um curso que se tornaria a profissão para, como dizem, o resto da vida.
Respirando fundo, deu um passo incerto. Ganhou mais confiança, ergueu o queixo e reiniciou sua solitária caminhada... No fundo, ela sabe que escutará "nãos", portas se fecharão, oportunidades novas virão e chances serão dadas, mas é o curso natural das coisas. A chave para ser bem sucedida é não ficar com medo e escolher o outro caminho.
Crescer, todos crescem. A diferença é de como tal passagem é feita.
Wednesday, April 03, 2013
Diálogo interessante.
Em um dia, como outro qualquer, uma esposa aguarda a chegada de seu marido em casa. Como sempre, ele estava atrasado. Andando de um lado para o outro, a esposa ouve a chave rodar na fechadura da porta e se coloca em frente a esta, de braços cruzados, para ser a primeira coisa que o marido veja quando entrar em casa. O marido, surpreso com aquela recepção, hesita com a porta aberta, a chave ainda na fechadura.
- Há algo errado, querida?
- A empregada está grávida, esposo.
- Bem, problema dela. - Fecha a porta.
- O filho é seu.
- Problema meu. - Coloca sua pasta de trabalho em cima da bancada do hall de entrada.
- E eu?! Como fico?!
- Problema seu. - O marido entra no banheiro e começa os preparativos para o banho.
Saturday, March 09, 2013
Papel em branco.
Há uma
satisfação incrível e totalmente solitária em ter um papel pautado em branco e
novo em mãos. As possibilidades que ele carrega são infinitas; Os caminhos que
podes tomar para preenchê-lo são infinitos; Os modos que podes usá-lo são
infinitos; As ideias que surgem em tua cabeça são infinitas.
Montas
personagens, histórias, cenários e situações diversas. Inícios, meios e fins
rodeados de significados que vêm à tona de acordo com seu leitor. Imaginas
tragédias, romances, comédias, poemas, prosas, dramas, peças... A vontade
aflora dentro de ti e acabas por sorrir para a folha de papel.
Pegas, então,
teu lápis. – Pois que uso lápis e não lapiseira por uma simples
questão de gosto. Penso que o lápis combina mais com a sensação de transformar
palavras em uma história. Com licença.
Bem, de lápis
na mão, papel posicionado no ângulo correto e empolgação espalhada por todo o
corpo, te preparas para começar a escrever.
Paras, então,
por um instante. Percebes que já deste um fim para aquela história. Como podes
escrever, agora, se já sabes como termina? Perdeste aquele sentimento impagável
de novidade. Se escreveres agora, não vais mais conseguir passar a mesma emoção
que querias.
Suspiras.
Sorris.
Toda a
mensagem que querias passar já viveu seu momento de glória dentro de ti. É o
suficiente.
Sunday, March 03, 2013
Mundo da lua.
"Eu tenho, primeiramente, uma pergunta a fazer aos jurados, Excelência. O que é viver no mundo da lua? É não se estressar? É não ter pressa? É não se importar muito com a opinião alheia? É não encarar os meus problemas como os mais graves? É não reclamar? É não deixar de sorrir? É não parar de brincar? É valorizar mais os pontos positivos do dia aos negativos? É ser positiva? É se recusar a se deprimir? É se recusar a chorar todos os minutos do dia? É agradecer pela vida não ser pior? Porque ela pode ser, senhores. Sempre pode ser pior. Sempre. É procurar não escolher um lado em uma briga? É procurar se r imparcial? É sempre tentar não se entristecer? Mesmo que tenha inúmeros motivos desconhecidos pelo olhar externo? É se arrepender de não sorrir mais? É achar que o teu problema é teu e não meu? É se magoar e não dizer? É evitar uma discussão ao máximo? É não gostar de gritos? É não gostar de brigar? É preferir ficar quieta? É gostar de ficar quieta?
Pois então, caros jurados, é com muito prazer que vos digo que sim, eu vivo no mundo da lua."
Sendo assim, a ré confessa o crime e é condenada.
Monday, February 25, 2013
Banho de chuva.
Desceu do ônibus e pisou numa poça. Amaldiçoou. Tirou os fones de ouvido para prestar maior atenção ao trânsito e atravessar com segurança, uma mania relativamente chata que adquirira graças a uma notícia trágica passada na televisão.
Chovia.
Forte.
Esquecera do guarda-chuva.
Já estava encharcada.
Ao menos estava chegando em casa.
Atravessou a avenida movimentada e adentrou na rua em que morava. Colocou os fones de volta nos ouvidos e colocou uma música saltitante, como a própria gosta de chamar. Perifericamente, notou que apenas ela preenchia a rua. A vizinhança havia se recolhido e nem ao menos carros passavam pela via asfaltada.
Mordiscou o lábio conforme uma ideia um tanto travessa lhe atravessava os pensamentos. Checou se alguma viva alma caminhava atrás dela... Ninguém. Aumentou o volume da música. Sorriu como uma criança que está prestes a fazer algo proibido pela mãe.
Parou de andar, elevou a cabeça em direção ao céu e apenas sentiu a chuva tocar seu rosto como dedos invisíveis a massagear suas pálpebras fechadas. Abriu os olhos e respirou fundo. Sentiu o cheirinho único da chuva. Mediu a distância que a separava de sua casa e correu, saltitou, escorregou e quase caiu.
Gargalhou.
Há quanto tempo não gargalhava daquela maneira? Livre... Sem motivos reais? Apenas gargalhar por gargalhar? Não se lembrava.
Chegou em casa rindo, molhou as lajotas rindo, brincou com os cachorros rindo, trocou de roupa rindo.
Terminou o dia rindo.
Chovia.
Forte.
Esquecera do guarda-chuva.
Já estava encharcada.
Ao menos estava chegando em casa.
Atravessou a avenida movimentada e adentrou na rua em que morava. Colocou os fones de volta nos ouvidos e colocou uma música saltitante, como a própria gosta de chamar. Perifericamente, notou que apenas ela preenchia a rua. A vizinhança havia se recolhido e nem ao menos carros passavam pela via asfaltada.
Mordiscou o lábio conforme uma ideia um tanto travessa lhe atravessava os pensamentos. Checou se alguma viva alma caminhava atrás dela... Ninguém. Aumentou o volume da música. Sorriu como uma criança que está prestes a fazer algo proibido pela mãe.
Parou de andar, elevou a cabeça em direção ao céu e apenas sentiu a chuva tocar seu rosto como dedos invisíveis a massagear suas pálpebras fechadas. Abriu os olhos e respirou fundo. Sentiu o cheirinho único da chuva. Mediu a distância que a separava de sua casa e correu, saltitou, escorregou e quase caiu.
Gargalhou.
Há quanto tempo não gargalhava daquela maneira? Livre... Sem motivos reais? Apenas gargalhar por gargalhar? Não se lembrava.
Chegou em casa rindo, molhou as lajotas rindo, brincou com os cachorros rindo, trocou de roupa rindo.
Terminou o dia rindo.
Saturday, February 16, 2013
Uma dança...
A moça sorriu ao avistá-lo no meio da pequena multidão que se juntara ao redor da banda e das várias pessoas que dançavam ao som da música batida. Alguns haviam retirado os calçados para "sentir melhor a melodia", segundo eles próprios.
Ela não costumava dançar na frente de estranhos. Na verdade, ela não costumava dançar na frente de pessoa alguma, mas faria uma exceção para aquele moço. Suspirou, estava nervosa apenas de pensar que todas aquelas pessoas a veriam, a assistiriam. Ele, principalmente. Estalou a língua, frustrada. Soltou uma ou duas maldições sussurradas, para que ninguém as escutasse, e deu um passo hesitante em direção ao centro da roda. Sorriu mais uma vez de sua própria covardia e resolveu soltar os longos cabelos negros, mais para ganhar tempo que por vontade. Fechou os olhos por um instante, sentindo o calor do sol, já se pondo, em suas maçãs do rosto e a carícia de seus cabelos em seus braços.
Poderia estar louca, mas não dançaria para alguém. Nem mesmo para o seu moço. Dançaria para ela. Sim, aquela dança seria um símbolo, um marco. Não deixaria que sua covardia a comandasse novamente. Jamais. Sendo assim, juntou um pedaço de sua saia rodada em cada punho, sorriu decidida e adentrou na confusão de pessoas dançando sem um parceiro realmente determinado.
O chão, molhado pela chuva diária da região, abafava os passos ritmados das pessoas. Risos se escutavam e a platéia improvisada começou a bater palma para os dançarinos amadores.
Nossa morena chamou tanta atenção como as outras moças que ali se encontravam. Dançou com tanto gosto como qualquer outro. Rodou sua saia com tanta maestria quanto as outras. Sorriu tão belamente como nenhuma outra.
O moço, para quem a dança foi primeiramente endereçada, acabou por notá-la como a mais bela daquela roda de dança. A morena, entretanto, estava mais ocupada desfrutando de sua liberdade que nem percebeu a atenção antes tão desejada.
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