Sunday, March 03, 2013

Mundo da lua.


A ré fora acusada de viver com a cabeça no mundo da lua por duas vezes em menos de uma quinzena.  Seu caso foi aberto ao juri popular. Escutou-se os relatos de testemunhas. A acusada, agora, detinha a palavra.
"Eu tenho, primeiramente, uma pergunta a fazer aos jurados, Excelência. O que é viver no mundo da lua? É não se estressar? É não ter pressa? É não se importar muito com a opinião alheia? É não encarar os meus problemas como os mais graves? É não reclamar? É não deixar de sorrir? É não parar de brincar? É valorizar mais os pontos positivos do dia aos negativos? É ser positiva? É se recusar a se deprimir? É se recusar a chorar todos os minutos do dia? É agradecer pela vida não ser pior? Porque ela pode ser, senhores. Sempre pode ser pior. Sempre. É procurar não escolher um lado em uma briga? É procurar se r imparcial? É sempre tentar não se entristecer? Mesmo que tenha inúmeros motivos desconhecidos pelo olhar externo? É se arrepender de não sorrir mais? É achar que o teu problema é teu e não meu? É se magoar e não dizer? É evitar uma discussão ao máximo? É não gostar de gritos? É não gostar de brigar? É preferir ficar quieta? É gostar de ficar quieta?
Pois então, caros jurados, é com muito prazer que vos digo que sim, eu vivo no mundo da lua."
Sendo assim, a ré confessa o crime e é condenada.

No comments:

Post a Comment