Abro o
caderno, a página está em branco e cheia de possibilidades. Vários assuntos
pipocam em minha cabeça. Alguns sendo polêmicos e o restante nem tanto.
Opiniões divergentes mesmo sendo todas minhas. Poucas conclusões, mas nenhuma
palavra escrita. Só a sensação de segurar o lápis, posicionar a borracha em
algum lugar próximo e apoiar o caderno no ângulo correto já traz certa
satisfação. Há quanto tempo não produzo algo próprio com minhas palavras? Oh,
faz tempo. Tanto já aconteceu. Tanto já senti. E em menos de um ano.
A bem da
verdade, eu, de certa forma, mudei. Releio meus parágrafos que um dia escrevi e
vejo o quão racional eu era. Enxergava o mundo de forma simples e direta. Não
havia nada por debaixo dos panos. Hoje, eu sinto como se possuísse um segredo
só meu. Não só meu, eu o divido com uma pessoa e uma pessoa apenas.
Quanto ao
papel em branco, vejo ele se encher de devaneios sem ligações entre si. Eu só
sinto vontade de escrever sobre sentimentos. Oh, leitor, eu estou enfrentando
uma crise de identidade interna, um furacão que apenas eu consigo ver. Meu foco
trocou de musa, leitor. E não me sinto culpada por isso. Nem um pouco.
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