Friday, July 31, 2015

The Queen of the Tearling - Erika Johansen

*Por conta do livro ainda não ter edição em português, usarei os nomes presentes na publicação de língua inglesa e, no caso de dois nomes apenas, colocarei uma tradução livre no final da resenha.


Quatro coisas eu já sabia sobre este livro: Será adaptado pela Warner para as telas de cinema; Emma Watson será a personagem principal; a autora pretende que este seja o primeiro livro de uma trilogia; e o livro será lançado no Brasil em abril de 2015.
A primeira coisa que me vem a mente quando penso sobre a história é que houve momentos que fiquei um tanto confusa sobre o “quando” e “onde” a história se passa. Pelo que entendi é em algum lugar na Europa em um futuro muito distante. A sociedade regrediu para uma realidade medieval com cavalos, espadas, cavaleiros, escravidão e machismo. Não há tecnologia e livros são extremamente raros. A igreja está presente como uma super potência. Não entendi como a humanidade poderia cair deste jeito na era das trevas novamente, mas foi o que a autora quis.
A narração é feita em terceira pessoa e por vezes muda de contexto, não se fixando sempre na personagem principal, Kelsea. A história começa no dia do décimo nono aniversário de Kelsea, o dia em que alcança a idade para poder ser coroada rainha de Tearling. A garota cresceu reclusa e cercada apenas por duas pessoas, Barty e Carlin Glynn, que a criaram e ensinaram tudo o que sabe. Kelsea foi entregue nas mãos de ambos pouco antes que sua mãe biológica morresse. É um grande mistério o que aconteceu no passado para ter essa urgência de esconder um bebê onde ninguém pudesse achar. Também é um mistério quem é o pai de Kelsea.
Uma coisa enervante na história é essa falta de informações que por vezes achei forçado, como empurrar com a barriga para poder haver um segundo e um terceiro livro.
Kelsea chega ao Keep de forma conturbada e já causando uma boa impressão no povo. Todos querem matá-la a qualquer custo pois uma menina de dezenove anos é bastante perigosa. É coroada em meio a um atentado a sua vida. Expulsa o tio. Manda e desmanda. Gosta e desgosta. É respeitada ao mesmo tempo que não é. Aparece magia no cordão que usou a vida toda. Começa a ver o futuro. Uma confusão. Um tanto cliché. Mas legal.
Há uma ponta de romance na história, se é que se pode chamar assim o encantamento que Kelsea tem pelo ladrão mais procurado de Tearling, o Fetch*¹. Outra figura altamente misteriosa que, por alguma razão, decidiu confiar em Kelsea a sua identidade, que ninguém mais sabe pois sempre está de máscara quando aparece publicamente.
Oh, e ainda temos a vilã da história, a Red Queen*². A partir da segunda metade do livro é mostrado ao leitor que ela tem, sim, um pacto com algum ser das trevas que não é diretamente nomeado. Não entendi, porém, sua meta de vida. Parece temer as safiras de Kelsea, mas tem poder suficiente para invadir Tearling. Talvez no segundo livro haja mais informação sobre ela.

*¹ A possível tradução do título: A Rainha de Tearling.
*² Fetch pode ter duas traduções. 1: Sabe aquela brincadeira que você joga a bola pro cachorro pegar e devolver para você? Pois é. 2: Foi a gíria que tentaram inventar no filme Meninas Malvadas (2004) indicando algo legal, bacana, demais, irado, bom demais da conta.
*³ Red Queen... Rainha Vermelha. O nome verdadeiro dela é outro mistério no livro. É. E ela tem mais de cem anos também. Ugh.

Nota 7 de 10.

Sinopse:
Kelsea Glynn é a única herdeira do trono de Tearling mas foi criada em segredo por pais adotivos depois que sua mãe - Rainha Elyssa, tão vaidosa quanto estúpida - foi assassinada por arruinar seu reino. Por 18 anos, Tearling tem sido reinado pelo tio de Kelsea como Regente, porém, ele é uma marionete da Red Queen, a feiticeira-tirana do reino vizinho de Mortmesme. No aniversário de 18 anos de Kelsea, os esfarrapados restos da guarda de sua mãe - prometidos a defender a rainha à morte - chegam para levar esta não-real jovem para fora de seu esconderijo... E então começa sua jornada de volta para o coração de seu reino, para reivindicar o trono, ganhar a lealdade de seu povo, derrubar o legado de sua mãe e redimir Tearling das forças da corrupção e da magia negra que ameaçam destruí-lo. Mas a história de Kelsea não é apenas sobre o aprendizado da verdadeira natureza de sua herança - é sobre uma heroína que deve aprender a reconhecer e viver com as realidades da idade com todas suas inseguranças e atrações, juntamente com dilemas éticos de governar justa e honestamente enquanto simplesmente tenta permanecer viva...

Friday, May 08, 2015

Aaah, o amor



Aah, o Amor. É ele que te presenteia com os melhores momentos de tua vida. Ele te permite sorrir sem razão alguma enquanto lavas as louças sujas, ou quando estás na parada do ônibus esperando por uma determinada linha que demora mais que a vida para passar por aquele ponto, ou quando estás andando na rua na chuva e um carro passa por uma poça muito perto de ti. Nada pode te deixar para baixo porque tu simplesmente estás amando. Tudo é lindo e perfeito. Mesmos os momentos tristes... Tu não consegues ficar menos que feliz pois a vida é bela! Os pombos comem pipoca em filmes clichés e a fila do banco está pequena quando tu entras para pagar a conta de luz! Tu estás amando, leitor!
Ooh, mas é o Amor também que te coloca no fundo do poço. É como se fosse um tipo de lembrete que tu não estás vivendo um filme da Disney depois do casamento entre o príncipe e a princesa. Ele também pode ser o vilão da história quando quer. E, francamente, o Amor vai ser vilão durante dois terços de sua vida útil, leitor. É nesses momentos que tens que lembrar da felicidade que ele pode lhe proporcionar, caso contrário ele simplesmente acaba. Mas, então, se acabar, ele não era verdadeiro ou profundo o suficiente, não é mesmo? Melhor ficar sem ele no fim das contas. É nesses momentos, leitor, que as hipóteses estúpidas vêm povoar tua mente. Não ligues para elas! Na realidade, elas só estão com inveja por não poderem rir à toa como, provavelmente, vais fazer daqui a uns cinco minutos.

Monday, March 02, 2015

Tenho vontade



Todas as vezes que te vejo tenho uma vontade quase insuportável de esticar o braço e afagar teus cabelos com a ponta dos dedos. Com as mesmas pontas de dedos, descer pela linha de tua testa e descansar nas tuas maçãs de rosto enquanto encaro aqueles teus olhos que são os únicos que me fazem sentir como uma menina encabulada e uma mulher valorizada ao mesmo tempo.
Tenho vontade de inclinar minha cabeça, não para beijar-te, não ainda, mas para esfregar a ponta do meu nariz contra o teu e rir da infantilidade do gesto. Sentir teu cheiro que, eu sei, vou esquecer dentro dos dois primeiros meses que estiveres longe de mim.
Tenho vontade de aconchegar meu rosto no vão do teu pescoço e arranhar minhas bochechas com tua barba por fazer. Sentir teus braços me enlaçarem em um aconchego quase que automático e me sentir a pessoa mais bem protegida do mundo inteiro.

Mas não posso fazer isso, não é? Não enquanto ainda estás tão longe de mim que o máximo que posso fazer é relembrar de todos os momentos que eu fiz tudo isso. E me lembrar que eu realmente fiz tudo isso. Não foi um sonho.

Tuesday, January 13, 2015

Cabeça no futuro e juventude no passado

Pensando bem, sempre vivi no futuro. “Quando eu tiver tal idade...”; “Quando eu terminar a faculdade...”; “Quando eu conseguir um emprego...”; “Quando eu emagrecer...”. Poder sair dirigindo meu próprio carro, mas só depois dos 18 anos e quando eu tiver meu próprio emprego. Bem, eu já tenho 20 anos, trabalho, faço faculdade e não tenho carteira de motorista. Muito menos um carro próprio. Talvez o fato de eu ganhar uma merreca contribua com esse quadro, mas esse não é o ponto dessa postagem.
O ponto? O ponto é que eu estou enfrentando a crise dos 20 anos. Pelo que eu já ouvi, muitas pessoas passam por ela e, geralmente, é por motivos diversos. Tecnicamente, 20 anos é a idade que uma pessoa tem de começar a trabalhar por um futuro profissional bem sucedido e uma vida amorosa completa e satisfatória.
Mas alguém com 20 anos é tão novo... Ao mesmo tempo já é tão tarde. Tarde para aprender a fazer uma coisa nova, pois não dá mais tempo de virar um profissional nisso. Deveria ter começado a estudar flauta com 14 anos, mas com 14 anos eu estava preocupada em ter 15 anos. E, quando os 15 anos finalmente chegaram, eu estava preocupada demais procurando quem eram as namoradas dos integrantes da minha banda favorita na época. Com 15 anos eu planejava ser casada com 21, mãe com 26 e extremamente boa na minha profissão e altamente renomada com 30. Hoje, eu vejo que eu era bem bobinha com 15. Se eu tivesse sido inteligente, teria estudado a flauta e estava agora em alguma sinfonia estrangeira. Ou não. Nunca vou saber.
Agora, com 20 anos, eu planejo o que fazer quando terminar minha graduação. Acabei de notar que não fiz nada do que se supõe que se deva fazer enquanto dentro de uma universidade. Eu estudei, passei pelas matérias com ótimas notas e só. Nada daquelas loucuras das quais os amigos contam tão orgulhosamente. Com 20 anos, eu estou aqui de novo planejando um futuro que não sei onde vai ser e nem com quem vou dividi-lo. Ou sequer se vou dividi-lo com alguém. Ser solteirona ainda é uma opção.

Me preocupa não saber se estou jogando minha juventude fora ou não. Me preocupa pensar em chegar aos 60 anos, olhar para trás e não ver nada de produtivo feito por mim. Mas, então, isso também é pensar no futuro, não?