Friday, November 30, 2012

Como ousas?

Falas de mim? Como tu ousas abrir tua boca e proferir palavras contra a minha pessoa? Tu, que nunca pude contar; Tu, que nunca carinho devotou a mim; Tu, que durante minha vida inteira procurei ignorar a existência - e eu estava conseguindo sem grandes esforços, tendo em vista que em nada me acrescentas. Agora, conversas sobre mim com teus simpatizantes sem ao menos realmente me conhecer? Como ousas? Usas conceitos arcaicos e construís um discurso repleto de subjetividade e duplo sentido. Por que fazes isto? Nada fiz para merecer tal tratamento. Vá cuidar de sua própria vida medíocre e vazia. Deixe-me aqui com meus livros, estes, sim, me importam. Vá defender aqueles que jogam o mesmo jogo que tu. Deixe-me aqui.
Não vais ter o regozijo de ver-me por baixo. Não sou assim, querido conhecido. Na realidade, já estou sentindo o arrependimento de ter escrito este texto, prova de minha fraqueza infantil e momentânea.

Monday, November 26, 2012

Vontades.

Ah... as vontades. Vontade de viver aquilo que ainda não tive. Vontade de viver momentos especiais do passado. Vontade de saber como eu serei no futuro. Vontade de viajar o mundo inteiro. Vontade de conhecer pessoas novas e diferentes. Vontade de ver a vida de maneira mais colorida, fisicamente falando. Vontade de não ter responsabilidades. Vontade de não ficar triste nunca. Vontade de que as coisas, em geral, fossem mais fáceis. Vontade que a vida viesse com manual de instruções. Vontade de uma xícara de chá.  Vontade de rir. Vontade de não chorar. Vontade de ler. Vontade de cantar bem. Vontade de ser menos tímida. Vontade de estudar. Vontade de trabalhar. Vontade de chegar ao final do curso. Vontade de reconhecimento. Vontade de ganhar um bom salário. Vontade de sentir emoções nunca experimentadas. Vontade de sentir e mais nada. Vontade de sempre ser feliz. Vontade de não sentir vontades. Vontade de que todas as vontades fossem realizadas. Vontade de que a última vontade fosse ignorada. Vontade de gritar a todos que ter vontades não as faz se tornarem realidade. Vontade de dizer que não é sentar e esperar, é procurar e consumar.

Friday, November 23, 2012

Não é assim.

Não, meu querido, não. Não é assim. A vida não se faz segundo vontade de minorias. Sim, neste caso a minoria é constituída por tão-somente tu, mesmo que sejamos uma sociedade de dois. "Por que?", perguntas. "Porque eu posso", te respondo. "Porque eu quero", completo. "Porque em minha vida, eu sou a ditadora e tu... no momento, tu não és nada", sentencio. Não és nada porque já me deste tudo o que tinhas. Bebi de ti e mais nada há a aproveitar. Jogo-te na lata de lixo e viro as costas para ti. Não voltarei meus olhos em tua direção, ou repensarei. Não. Não há retorno. Tua função, para mim, já terminou. Com isso em mente, dou meus primeiros passos para longe de ti. E vou. Não percebes? Já perdeste-me de vista. Adeus, querido, adeus.
Não, leitor, não. Não é assim. Leia mais uma vez meu parágrafo, mas não pense em si mesmo. Não. Não escrevo sobre ti ou sobre algum casal. Por que pensas assim? O que lhe vem na mente para achar que eu escreveria algo sobre um caso de amor sendo acabado?
Não, meu amigo, não. Não é assim. Já leste, como pedi? Já? Percebeste, então, que era apenas um poeta jogando um pote de iogurte no lixo? Não? Leia de novo, criança. Talvez quando deixares de esperar por romances amorosos, talvez então, conseguirás ver o que eu mesma vi, ao escrever.