Tuesday, January 13, 2015

Cabeça no futuro e juventude no passado

Pensando bem, sempre vivi no futuro. “Quando eu tiver tal idade...”; “Quando eu terminar a faculdade...”; “Quando eu conseguir um emprego...”; “Quando eu emagrecer...”. Poder sair dirigindo meu próprio carro, mas só depois dos 18 anos e quando eu tiver meu próprio emprego. Bem, eu já tenho 20 anos, trabalho, faço faculdade e não tenho carteira de motorista. Muito menos um carro próprio. Talvez o fato de eu ganhar uma merreca contribua com esse quadro, mas esse não é o ponto dessa postagem.
O ponto? O ponto é que eu estou enfrentando a crise dos 20 anos. Pelo que eu já ouvi, muitas pessoas passam por ela e, geralmente, é por motivos diversos. Tecnicamente, 20 anos é a idade que uma pessoa tem de começar a trabalhar por um futuro profissional bem sucedido e uma vida amorosa completa e satisfatória.
Mas alguém com 20 anos é tão novo... Ao mesmo tempo já é tão tarde. Tarde para aprender a fazer uma coisa nova, pois não dá mais tempo de virar um profissional nisso. Deveria ter começado a estudar flauta com 14 anos, mas com 14 anos eu estava preocupada em ter 15 anos. E, quando os 15 anos finalmente chegaram, eu estava preocupada demais procurando quem eram as namoradas dos integrantes da minha banda favorita na época. Com 15 anos eu planejava ser casada com 21, mãe com 26 e extremamente boa na minha profissão e altamente renomada com 30. Hoje, eu vejo que eu era bem bobinha com 15. Se eu tivesse sido inteligente, teria estudado a flauta e estava agora em alguma sinfonia estrangeira. Ou não. Nunca vou saber.
Agora, com 20 anos, eu planejo o que fazer quando terminar minha graduação. Acabei de notar que não fiz nada do que se supõe que se deva fazer enquanto dentro de uma universidade. Eu estudei, passei pelas matérias com ótimas notas e só. Nada daquelas loucuras das quais os amigos contam tão orgulhosamente. Com 20 anos, eu estou aqui de novo planejando um futuro que não sei onde vai ser e nem com quem vou dividi-lo. Ou sequer se vou dividi-lo com alguém. Ser solteirona ainda é uma opção.

Me preocupa não saber se estou jogando minha juventude fora ou não. Me preocupa pensar em chegar aos 60 anos, olhar para trás e não ver nada de produtivo feito por mim. Mas, então, isso também é pensar no futuro, não?