Dessa vez,
leitor, não quero lápis nem papel. Abro o Word e encaro a página em branco que
se projeta a minha frente. Estou triste, leitor. Não, minto, sou triste, leitor. Tristeza tamanha
que chego a me identificar com a página em branco. Afinal, o que eu sou? Nada.
Sou uma atriz, é isso que sou. Sou extrema e completamente triste por dentro a
ponto de sentir meu peito pesar e ansiar por lágrimas que não podem cair na
frente de outrem. Não, não posso chorar na frente de ninguém, pois então este
saberá quem sou. Não. Sorrio, brinco, gracejo, formo uma personalidade que por
vezes chego a acreditar que é a minha. Então eu apago a luz do meu quarto no
momento que escolho para dormir e eu sinto quem sou eu.
Eu sou só.
Voltando à
página em branco, leitor, começo a formata-la e, mais uma vez, me sinto uma
página em branco sendo moldada pelo que a sociedade espera de mim. Boa parte
desta formatação é culpa minha e eu sei. Sou orgulhosa o suficiente para não
querer que ninguém saiba como sou, como me sinto. Minhas fraquezas são minhas e
de mais ninguém.
No comments:
Post a Comment