Outro dia eu
vi um vídeo onde alguém perguntava para outro alguém o que era o amor. Como
esperado, alguns longos segundos de silêncio se seguiram antes da resposta ser
vocalizada para a câmera. Foi uma resposta bonita de se ouvir, mas daquelas que
não se internaliza o suficiente para lembrares das exatas palavras ou mesmo da
mensagem que continha.
O ponto é: eu
fiquei pensando sobre o assunto. O que é o amor, leitor? É o fogo que arde sem
se ver, de Camões, ou a mais discreta das loucuras, de Romeu?
Em minha
humilde opinião, ambas afirmações estão misturadas dentro daquele que ama o
amor de paixão. É, estou falando do amor entre dois seres que seriam totalmente
estranhos um para o outro caso não fosse o sentimento mútuo. Pois ele tem que
ser mútuo para ser concreto, ou estaríamos falando do amor de Platão.
Voltemos à
mistura. Quando se ama alguém, por mais puro que o sentimento seja e por mais
inocente que os envolvidos sejam, há o fogo. Aquele fogo carnal que é natural,
é instinto, e besta é aquele que nega sua existência ou condena sua prática.
Oh, há também aquele fogo excitado, aquele que quer estar junto com seu ateador
a todo momento, aquela necessidade de toque, mesmo que seja apenas para retirar
uma mexa de cabelo da frente daqueles lindos olhos. Ah, que olhos. Também há um
fogaréu neles. Calado, silencioso, cauteloso... Mudo. E por si só perigoso.
E quanto à
loucura? Para ser sincero, leitor, vim escrever tal postagem apenas para falar
sobre a loucura, mas qual não é o assunto tão complexo e extenso por essência.
A loucura, pois então, é justamente essa. É não saber o que se gosta mais sobre
a outra pessoa e pensar, por meros momentos, que não há eleito predileto
quando, quão irônico, o predileto é justamente aquele que possui todas as
coisas. A pessoa amada, leitor. A que lhe deixa sem foco de atenção e, ao mesmo
tempo, com apenas uma direção para se olhar.
O princípio
da loucura, leitor, acontece quando se sabe todas as qualidades da outra pessoa
e as adora. É por elas que se atrai e o coração decide enganchar-se. O estágio
intermediário é quando os defeitos da outra pessoa são conhecidos e, inclusive,
sabe-se o que fazer para evita-los e/ou atiça-los. É esse o ponto que se
decide. Tanto, que é provavelmente o período de término da maioria das relações
amorosas mundo afora. É amor quando a pessoa decide dar o próximo passo e
declarar-se louca e mais nada. É quando sabe os defeitos e qualidades e o
conceito sobre a pessoa não muda, não decai. Isso é amor.
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