Sempre me considerei como alguém bem racional e
chegava a julgar pessoas sentimentais demais, que tomavam suas decisões em nome
de sentimentos que eu não compreendia, os quais, talvez por não conhecê-los,
não valorizava tanto assim. Afinal, na tua vida, deves ser o primeiro da lista
e nunca, em hipótese alguma, deixar alguém emparelhar contigo nesse lugar de
destaque. Hoje, entretanto, eu consigo entender. Compreender, de verdade,
pessoas que se deixam como segundo plano em nome de seu/sua amado/a. Algumas
escolhas que já fiz foram feitas em nome dele. A maior de todas ainda está por vir e, quando
ela chegar, vai mudar minha vida completamente e em todos os sentidos. Eu estou
pronta para tomá-la, porém não deixo de me sentir um tanto hipócrita.
Preconceituosa até. Um dia eu julgo a pessoa que faz isso e, no outro, cá estou
eu, fazendo exatamente a mesma coisa. Talvez em uma escala um pouco maior até.
O problema, leitor, que não é
porque eu o amo que meu julgamento foi embaçado ou cegado. Ela só... mudou.
Talvez para melhor. Antes eu não tinha noção por nunca ter-me permitido sentir
algo assim e, agora que sei e sinto isso tudo, posso pensar com mais clareza, com mais
certeza da minha escolha.
Não sei se me entendes, leitor,
mas não é porque estou amando que virei cabeça oca. O amo. Mas eu ainda estou
no primeiro lugar e ele no segundo. Meu segundo mais querido e acarinhado, mas
ainda assim o segundo.